Você sabe qual a importância do saneamento básico na saúde pública? O assunto é discutido há décadas e mostra ligações relevantes que vamos discutir em nosso artigo.

Veremos os seguintes tópicos:

  • Como o saneamento básico se liga a saúde pública?
  • A importância do saneamento básico na saúde pública
    • Saúde do trabalhador em xeque
  • Por que não investir?

O saneamento básico é parte da infraestrutura de um país, trazendo consigo responsabilidades sobre vários aspectos. Em resumo, o saneamento preza por um bom ambiente para os seres humanos e regra suas relações com esse meio.

Quando falamos de saneamento básico no Brasil temos situações precárias assim como na infraestrutura de modo geral. Tanto pela falta de obras quanto pela falta histórica de investimentos.

O saneamento básico incorpora os serviços de água potável, esgotamento sanitário, coleta de lixo e drenagem urbana, amplamente associados a saúde pública.

Essa ligação se mostrou tão evidente de modo que a iniciativa de cuidar do saneamento como medida de saúde pública partiu da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) assim como a implantação e estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sistema Único de Saúde

A FUNASA, dentre várias funções, monitora os meios onde a população se encontra e o impacto na saúde pública, por meio de seus agentes.

Ela se dispôs a enfrentar esse desafio principalmente em localidades carentes, utilizando-se de uma busca pela reforma sanitária nesses locais. Enfrentando ainda, uma precária administração de recursos financeiros na saúde pública.

A evolução ao longo dos anos foi difícil e ainda enfrenta barreiras financeiras tanto para implantação quanto para manutenção dos serviços. Além da resistência política, por ser o tipo de serviço que não costuma trazer votos.

Observando essa história mais a fundo descobrimos a importância do saneamento básico na saúde pública. Quer saber mais? Continue com a gente!

Como o saneamento básico se liga a saúde pública?

A primeira ligação que pode ser vista é na necessidade de água potável, onde sua falta causa efeitos catastróficos no organismo humano.

Em nosso país, mais de 35 milhões de pessoas não têm acesso a água potável nas condições mínimas aceitáveis. 

O consumo ou uso da água sem o tratamento adequado leva a quadros clínicos críticos ou até a morte, por meio de doenças como hepatite A cólera, leptospirose e diarreias infecciosas, pois são comumente causadas por bactérias, vírus e germes presentes em águas contaminadas.

Outras consequências podem ser a diminuição da concentração e raciocínio e o aumento da incidência de doenças secundárias como pressão alta, artrites, asma, colite, diabetes tipo II e colesterol.

Entender a importância do saneamento básico na saúde pública, portanto, é a atuar na diminuição de doenças de forma notória. 

Observe os gráficos abaixo. Eles mostram que um aumento de 78% da rede de esgoto diminuiu 91% da taxa de internação por doenças diarreicas na cidade de Campo Grande.

A importância do saneamento na saúde pública

Os dados são da Águas Guariroba, no período de 2003 a 2015, companhia local de saneamento.

Por outro lado, os gastos com internações no município no mesmo período caíram de 48 para 10 mil reais, segundo o Datasus, do Ministério da Saúde.

A importância do saneamento básico na saúde pública

A falta de saneamento é grave quando se trata de crianças. No mundo todo mais de 1,7 milhão de crianças com menos de 5 anos morrem todos os anos pelo consumo de água imprópria. 

É importante observar que nessa idade elas são mais sensíveis a doenças veiculadas pela água. 

Em média 600 crianças são mortas todos os dias pela precariedade no saneamento, principalmente no Norte e Nordeste do país. Para se entender melhor essa situação, observe a seguinte comparação:

“Imaginemos a queda de três aviões, cada um com 200 crianças por mês em nosso País. O que aconteceria ao Brasil? Seria um escândalo mundial; nosso espaço aéreo seria fechado; os políticos instalariam CPIs; a população voltaria para as ruas em forma de protesto. Seríamos julgados por um Tribunal Penal Internacional” – Comentou o Desembargador Pedro Valls Feu Rosa sobre Saneamento, Direito e Desenvolvimento Sustentável nos 25 Anos da Constituição Federal, em 2013

Essa precariedade no saneamento pode ser descrita, por exemplo, quando crianças não têm acesso a um banheiro em casa ou na escola.

O fato, além de constrangedor, interfere no desenvolvimento intelectual dessas crianças. Isso porque elas faltam vários dias ou desistem do ano letivo para tratar de doenças de origem sanitária.

Saúde do trabalhador em xeque

Outra questão que demonstra a importância do saneamento básico na saúde pública é o rendimento do trabalhador.

Em 2013, por exemplo, tivemos o afastamento de 14,9 milhões de trabalhadores por diarreia ou vômito. A média de dias afastado do serviço é de 3,3 dias. 

Se não houvesse essas interrupções por falta de saúde, o aporte de valores na economia seriam em torno de 9,5 bilhões de reais. 

Considerando apenas as internações por conta de doenças gastrointestinais infecciosas foram 391 mil hospitalizações. Somente o SUS pagou R$ 125,5 milhões nessas internações.

Internações no SUS

Além disso, os brasileiros que não possuem saneamento de qualidade tem rendimento e salários 21% e 3,6% menores, respectivamente. 

Tais questões colocam o saneamento como essencial para o desenvolvimento pessoal e para igualdade social. 

Se o país iniciar um projeto de universalização dentro de 20 anos com investimentos anuais de 22 bilhões ao ano, só o SUS recuperaria R$ 5,9 bilhões desse valor em economia. Ao fim do período os valores resultantes poderiam retornar mais de um trilhão de reais.

Por que não investir?

Apesar de importância do saneamento básico na saúde pública, há dois fatores decisivos no Brasil para que o saneamento caminhe.

O primeiro fator é o planejamento, que pode ser feito por instrumentos como o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). Esse documento aborda as necessidades sanitárias do município e os meios para alcançá-las.

Apesar de ser uma proposição que toda a população e entes interessados no saneamento podem e devem cooperar, o poder executivo é quem deve iniciar o projeto, no caso a prefeitura da cidade. Inclusive, existem meios de financiar essa ação com recursos do governo para o corpo técnico.

O segundo fator é o investimento que deveria em grande parte vir do governo, considerando que 95% das companhias de saneamento são estaduais ou municipais.

O que ocorre nesse ponto é a falta de prioridade, apesar da alegação de falta de recursos financeiros. 

Os últimos anos provaram que o Brasil não está em falta de recursos, mas com uma administração ineficiente em aplicá-los. Fora medidas que tentam congelar gastos em áreas sensíveis e essenciais como é o saneamento.

É necessário priorizar o que já é básico até no nome e compreender que saneamento é uma questão de saúde, preservação ambiental, economia, desenvolvimento social e, portanto, essencial para outros setores.

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