Você sabia que as perdas de água configuram um dos pontos mais frágeis das companhias de saneamento? Hoje vamos falar sobre os impactos financeiros das perdas para essas empresas.

Vamos falar dos seguintes tópicos:

  • A origem das perdas de água
  • Impactos das perdas de água no faturamento
  • Benefícios da redução de perdas de água
    • Estratégias e recomendações

No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas consomem água sem nenhum tipo de tratamento.

Enquanto isso, o índice de perda de água tratada ultrapassa os 37%, o que significa que jogamos fora mais de um terço da água limpa produzida.

Estudos indicam que uma redução de 15% no índice de perdas permitiria estender o abastecimento para toda a população.

No contexto financeiro, os prejuízos são bilionários. Mas por que isso ocorre? Veremos a seguir!

A origem das perdas de água

As perdas de água são divididas em duas causas.

As chamadas perdas reais provêm de vazamentos e carregam pelo ralo os custos de produção da água. Esse desperdício aumenta a necessidade de captação dos mananciais e impacta diretamente na eficiência da companhia.

O segundo tipo são as perdas aparentes ou comerciais. Elas são causadas por erros de medição ou uso não autorizado. Esse tipo de ocorrência inclui furto e fraudes, e segue encolhendo as receitas das empresas.

Vazamentos

Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), um volume significativo do consumo não medido e não faturado em metrópoles brasileiras é advindo de favelas e áreas de ocupação irregular.

Impactos das perdas de água no faturamento

A  Rede Internacional de Benchmarking para Serviços de Água e Saneamento (IBNET) mostra que o Brasil figura como 8° país que mais perdeu água tratada no período de 2012 a 2016.

Em termos de volume, o índice de perdas do Brasil é equivalente a 7 mil piscinas olímpicas de água tratada por dia e representa um impacto financeiro de 10,5 bilhões de reais.

Dentro desse montante, o volume de serviços que deixam de ser executados somam 290 milhões de reais. O que engloba serviços fora da distribuição de água como o aporte recebido por efetuar instalações novas.

As perdas reais somam 1,7 bilhões de reais, enquanto nas perdas comerciais o prejuízo é de 8,5 bilhões de reais desviados do faturamento das companhias.

Perdas financeiras com o extravio de água tratada

 

O índice de perdas é tão alto que se equipara ao investimento do setor para o período. Em 2016, por exemplo, investiu-se 11,5 bilhões de reais no saneamento, e as perdas de faturamento foram 92% desse valor.

Esse prejuízo financeiro é cíclico e causa prejuízos posteriores. Por mais que as companhias operem com tarifas fixas e as perdas não alterem o custo de produção de forma imediata, a próxima tarifação vai considerar essas perdas.

O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) de 2013, definiu que as perdas deveriam ser reduzidas a 31% até 2033. Analisando países que são referência no assunto, como o Japão, Alemanha e Austrália, nota-se que são necessárias décadas para alcançar resultados satisfatórios.

Benefícios da redução de perdas de água

As companhias de saneamento que iniciam projetos de redução de perdas logo se deparam com benefícios.

O primeiro deles é preservação de recursos financeiros, pois apesar dos investimentos iniciais, a redução do custo operacional e aumento de faturamento é de curto prazo.

Fator que podemos perceber com a redução do gasto energético, que atualmente é o maior gasto das companhias. Controlando as perdas, a companhia deixa de gastar energia para bombear uma água que não será faturada ou consumida.

Essas companhias também também se deparam com a renovação do parque tecnológico, aliada à modernização e capacitação técnica. Isso garante melhorias na prestação do serviço, com ganhos em qualidade e confiabilidade.

Do mesmo modo, essas ações influenciam na criação da cultura de preservação na comunidade. Visto que a população tem uma maior consideração por uma concessionária que preserva os recursos hídricos e presta os serviços de maneira inteligente.

E por fim, temos o benefício da preservação hídrica, fundamental para um maior controle sobre a escassez de água. Realidade já enfrentada por São Paulo e Minas Gerais, estados mais populosos do Brasil.

Estratégias e recomendações

Com base em estudos e projetos que já deram certo, é possível traçar um conjunto de estratégias e recomendações para conter as perdas. Existem, inclusive, movimentos que auxiliam na execução de projetos assim, como o Movimento Menos Perda, Mais Água.

A primeira ação, de origem administrativa, é fazer contratos com foco em redução de perdas. Existem empresas que fazem esses contratos com a cobrança baseada apenas no ganho obtido com a redução de perdas.

Aparelho para detectar vazamentos

Entre as ações, se deve dedicar recursos financeiros para projetos dessa natureza, como parte da agenda financeira da companhia, já que esse gasto previne outros maiores.

Possuir um mapeamento do sistema também é necessário, com metas e indicadores de desempenho estabelecidos.

Deve-se programar as ações dentro da viabilidade, entendendo as limitações e setorizando localidades, recursos humanos e financeiros para as ações de controle de perdas.

Uma das formas de fazer isso é melhorar a macromedição, permitindo uma visão do sistema como um todo.

Melhorar o índice de hidrometração também é essencial para saber o que de fato se perde e quais locais podem requerer uma ação emergente. Se possível, usando hidrômetros de melhor precisão.

E ainda, criar e monitorar programas de redução de perdas sociais, incentivando a participação do governo e da comunidade na regulação de locais irregulares.

Dessa maneira, é possível contornar os impactos financeiros das perdas de água com medidas programadas e pontuais.

Essas ações são de interesse de toda a sociedade, pois dizem respeito à subsistência tanto do setor financeiro das companhias quanto de preservação de nossas águas, que é um bem insubstituível.

Como a companhia de sua cidade lida com as perdas? Os índices por aí estão sobre controle?

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