Hoje vamos falar do abastecimento de água na zona rural, regiões menos favorecidas e que carecem de atenção nos serviços de saneamento.

Iremos falar dos seguintes tópicos:

  • A atual situação do acesso à água na zona rural
    • Petrolina e o abastecimento de água
  • As dificuldades do abastecimento de água na zona rural
  • Soluções para levar água até a zona rural
    • Iniciativa Água+Acesso e os desafios para acesso a água
  • Porque devemos nos preocupar com o saneamento rural?

Atualmente o Brasil possui uma população de 29,9 milhões de pessoas residindo em localidades rurais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esses residentes distantes do meio urbano formam 8,1 milhões de domicílios.

Quando se trata de saneamento básico, a falta de água potável é recorrente. A ausência de abastecimento e atendimento precário de água na zona rural atinge pelo menos 34,5% dessa parcela populacional.

Outros serviços como esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos também são seriamente afetados. As áreas atendidas com esses serviços somam apenas 17,1% e 26,9%, respectivamente.

A atual situação do acesso à água na zona rural

A zona rural brasileira como um todo precisa de atenção e acumula déficits maiores quando comparados aos centros urbanos.

Nota-se que as zonas rurais no sul do Brasil possuem diferenças positivas em seus índices de saneamento.

Mas é o norte e o nordeste do país que tem a maior população rural e os menores índices de atendimento. Normalmente pessoas menos favorecidas, especialmente na calha do Rio Amazonas e no Semiárido Nordestino.

Zona Rural e o abastecimento de água

Nessas localidades, apenas 38,1% dos domicílios na zona rural possuem rede geral, poço ou nascente com canalização interna.

O fato mais preocupante é que este cenário contribui para disseminação de doenças por meio da água como parasitoses intestinais e diarréia.

Além da saúde, outros fatores estão associados a falta de abastecimento de água na zona rural. Entre eles, a falta de moradia regular e a desigualdade socioeconômica.

A desigualdade serve de base comparativa quando se trata de abastecimento de água. Praticamente metade da população atingida pela extrema pobreza está no meio rural, considerando que a linha de extrema pobreza é ter renda máxima de R$ 70,00 per capita ao mês.

Petrolina e o abastecimento de água

Ponte da serra, zona rural de Petrolina, é um exemplo de local com falhas no abastecimento. A principal dificuldade é a falta e a intermitência de água.

Mesmo com intervenção do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) por meio de acordos entre moradores e a prefeitura, a situação é crônica.

Segundo agricultores da região, a localidade sempre teve pausas programadas, mas agoras as pausas têm sido desordenadas, colocando as plantações em risco.

O parecer técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) é que a comunidade local deverá construir uma nova adutora.

Todo esse contexto esbarra em uma única situação: A falta de verbas para uma nova adutora. A prefeitura diz estar procurando meios junto a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a comunidade local.

As dificuldades do abastecimento de água na zona rural

Uma das maiores dificuldades em levar o abastecimento às zonas rurais é o custo, principalmente pela distância e escassez de recursos nesses locais.

Imagine que para uma companhia levar água até esses lugares seria necessário extensas adutoras. Apesar de ser fisicamente possível a sua construção, dificilmente o consumo de água pagaria o custo de construção e manutenção.

Falta de abastecimento no Norte e Nordeste do país

O principal gasto seria a energia elétrica para bombear água, o que inviabilizaria financeiramente a operação.

Apesar da parte de viabilidade, não quer dizer que não se tenha saídas para o saneamento rural. O que ocorre é de fato é falta de vontade política. Muitas vezes, os municípios não enxergam as zonas rurais como extensão de suas responsabilidades.

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) prevê a inclusão das zonas rurais nos planejamentos municipais. Contudo, até 2017, apenas 41,54% dos municípios haviam estabelecido um plano. Isso demonstra a falta de um planejamento de longo prazo para o abastecimento de água na zona rural.

Enquanto estamos universalizando serviços de telefonia e energia elétrica nas zonas rurais, o saneamento segue esquecido.

Além dessas situações, o déficit de atendimento caminha lado a lado com a desinformação. As condições do saneamento nessas áreas não são atualizadas corretamente e, quando há atendimento, ele é parcial ou precário.

Nos períodos de seca, a oscilação ou a indisponibilidade desses serviços causa prejuízos severos na agricultura. Tanto para pequenos agricultores, que ficam sem ter como sustentar suas famílias, quanto para médios produtores, que somam grandes prejuízos.

Soluções para levar água até a zona rural

Muitas instituições têm tomado esse desafio para si tentando contornar a falta de água em zonas rurais, principalmente no Nordeste do Brasil.

Uma das instituições incumbidas de pesquisas nessa área é o Instituto Trata Brasil que, aliado a Coca Cola, montou o relatório “Acesso à água nas regiões Norte e Nordeste do Brasil”.

O documento expressa a base de conhecimento utilizada pela Coca Cola para investir em projetos inovadores de acesso à água na zona rural do Norte e Nordeste. Os investimentos, em parceria com Banco do Nordeste, devem durar até 2020 com aporte inicial de 20 milhões de reais.

Iniciativa Água+Acesso e os desafios para acesso à água

A iniciativa que define o destino dos recursos é a Água+Acesso e tem o objetivo de reduzir o déficit no acesso à água potável. Foram identificados os principais desafios das zonas rurais e realizou-se uma chamada para investimentos.

Abastecimento em localidades afastadas

Foram lançados diversos desafios, tais como soluções de energia renovável e acesso ao saneamento para famílias em pequenas comunidades ou em comunidades isoladas.

A instituição escolheu os melhores projetos e têm colocado-os em prática. Um exemplo é a comunidade rural de Coqueiro, em Fortaleza, no Ceará, que encontrava dificuldade no tratamento de água. Apesar de terem água, o excesso de materiais pesados e turbidez inviabilizavam o processo.

A solução foi o tratamento de água por meio do gás ozônio, que abastece 150 famílias da localidade, com uma produção de três mil litros de água por hora. O tratamento é de baixo custo, replicável e sustentável.

Os projetos das instituições conveniadas a iniciativa beneficia duas mil comunidades e cerca de 600 mil pessoas.

Por que devemos nos preocupar com o saneamento rural?

Antes de tudo, o acesso ao saneamento, principalmente à água, é um direito universal e uma questão de dignidade. Esse acesso não pode ser diferenciado pela distância do meio urbano e independe das características locais para implantação dos serviços.

Um segundo ponto é que a maior parte das nossas águas é utilizada pela agricultura, somando 72% da água consumida no país. Onde os benefícios do acesso a água e aos serviços de saneamento nessas áreas volta para a sociedade como um todo.

O abastecimento de água na zona rural enfrenta dificuldades que não são impossíveis de resolver. De fato, a maior delas é a viabilização política, pois esses lugares não há infraestrutura básica para operacionalizar os serviços de saneamento.

Falta de infraestrutura para saneamento

Apesar de sempre apontarem o motivo de falta de recurso, temos localidades devolvendo recursos financeiros. O que mostra falta de planejamento local ou o excesso de burocracia no acesso desses valores.

Mas e na sua cidade, já se perguntou como é o abastecimento nos locais mais afastados? Existem projetos de saneamento que contemplam essas localidades?

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