Você sabe como evitar desperdício de água? Isso é bastante comum no Brasil e já tratamos aqui de diversos assuntos relacionados à água. Que tal discutirmos sobre o desperdício agora? Vamos lá!

 

O Brasil é um dos países com maior disponibilidade de recursos hídricos, cerca de 12% do total mundial. E é o maior em quantidade de água gerada por precipitações atmosféricas sobre seu território.

O país é abundante em águas subterrâneas, devido especialmente ao Aquífero Guarani. De acordo com o IBGE, 16% dos municípios brasileiros utilizam exclusivamente essas águas para o abastecimento.  

Além disso, as três bacias hidrográficas com maior volume de água doce do mundo estão no Brasil. Somente na bacia amazônica escoam um quinto do volume de água doce do planeta. Se distribuídos igualmente, o volume de água por habitante seria 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Infelizmente, não é possível tal distribuição. Até mesmo porque a disponibilidade de água no território brasileiro é bastante irregular. As características geográficas alteram a distribuição da água ao longo do país. Por exemplo, o Sudeste que possui o maior percentual de densidade populacional (quase 50%) e tem apenas 6% de disponibilidade hídrica sobre sua localização territorial. Enquanto isso, o Norte possui quase 70% das águas, sendo que sua população é uma das menores do Brasil.

Dessa forma, faz-se necessário uma boa gestão dos recursos hídricos brasileiros. E principalmente uma colaboração dos setores econômicos. A agricultura é onde mais se utiliza água, cerca de 46% do total utilizado no Brasil. As atividades industriais consomem cerca de 20% e o restante é dividido entre uso urbano, uso animal e rural.

Se comparado a países desenvolvidos, é possível dizer que o Brasil consome pouca água. Entretanto, muito se perde e desperdiça. Algumas regiões já vivem situações de escassez e racionamentos há algum tempo. Vamos lembrar quais?

Situações de escassez no Brasil

De acordo com o portal Agência Brasil, em março de 2017, haviam mais de 850 municípios em situação de escassez no país. As cidades decretaram situação de emergência devido ao longo período de estiagem, sendo o Nordeste a região mais afetada.

Até mesmo o Distrito Federal entrou para esta lista. Desde janeiro está ocorrendo racionamento de água pelo Distrito Federal e em julho, atingiu mais de 20 localidades. Já chegou ao ponto da interrupção no abastecimento começar pela manhã e retornar 24 horas depois, segundo o G1.

Escassez de água no Brasil.

Barragem do Descoberto no Distrito Federal.

Mais de 300 cidades no Nordeste sentiram os impactos do racionamento de água ao longo deste ano.  Em março, o reservatório que abastece Campina Grande e mais 18 municípios da região operava em apenas 3% de sua capacidade. A previsão era de que o racionamento apenas seria suspenso quando as águas do Rio São Francisco chegassem à barragem, o que de fato aconteceu alguns meses depois, porém a disponibilidade de água no reservatório ainda continua baixa.

Quais os motivos?

De acordo com os meteorologistas, essa situação é reflexo de um acúmulo dos impactos causados pelo El Niño. O fenômeno atingiu seu ápice nos últimos três anos e levou o semiárido nordestino a uma seca excepcional.

No Distrito Federal o racionamento continua. A cada racionamento, fica evidente a necessidade de um bom planejamento e investimentos para esse tipo de situação. Com planejamento, é possível gerir os recursos . De acordo com o professor Sérgio Koide da Universidade de Brasília (UnB), o risco de insuficiência de água para o abastecimento ocorre quando o planejamento não é cumprido, na medida que a oferta vai se aproximando da demanda.

O Sudeste viveu seu ápice de estiagem em 2015, principalmente a cidade de São Paulo que viu o Sistema Cantareira praticamente secar. Atualmente, o sistema está em seu volume normal, mas ganhou todo um novo planejamento com faixas de risco que determinam a quantidade de água que pode ser retirada para a grande São Paulo.

Dessa forma, percebe-se que a realidade da crise hídrica não está distante de nosso cotidiano. É importante saber gerenciar o uso dos recursos hídricos e você pode ajudar. Quer saber como?

Como evitar desperdício de água? 

A ONU vem alertando para uma possível crise mundial de água já faz algum tempo. Nas últimas décadas, o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população. E quando olhamos para os índices de perdas de água no Brasil, percebemos que é muita água sendo desperdiçada.

A Manaus Ambiental alerta que a água desperdiçada não pode ser aproveitada nem pelos consumidores nem pelas concessionárias dos serviços. Portanto, quando ocorre o desperdício, todos perdem, inclusive o meio ambiente.

Além disso, os hidrômetros registram todo o volume de água, inclusive desperdícios e vazamentos. Assim, sua conta de água pode diminuir se você economizar. Vamos às dicas?

Verificar vazamentos

Sabia que um gotejamento simples pode gastar quase 50 litros de água por dia? Por isso verificar se há vazamentos é muito importante.

Uma das formas de identificar vazamentos dentro de casa é fechar todas as saídas de água (torneiras e sanitários, por exemplo) e fechar o registro do hidrômetro para interromper o fluxo da água. Em seguida, deve-se marcar o nível da caixa d’água e conferir novamente após uma hora. Caso o nível de água esteja abaixo do anterior, é sinal de que há vazamento nos canos ou sanitários da residência.

Denunciar vazamentos também é uma forma de evitar desperdícios. Informe a empresa responsável sempre que ver algum vazamento na rua.

Fique de olho nas rotinas

Diversas atividades do dia a dia podem gastar litros de água. Ficar atento às rotinas pode fazer você economizar tanto no bolso quanto nos recursos hídricos. Sabia que lavar o quintal com a mangueira aberta por trinta minutos libera cerca de 560 litros de água?

como evitar desperdício de água

Pequenas mudanças na hora de tomar banho e lavar a louça pode fazer a diferença. É possível também aproveitar a água da chuva para lavar roupas ou regar as plantas A água da máquina de lavar também pode ser utilizada para lavar seu quintal ou calçada. Já havia imaginado tantas maneiras de reduzir o desperdício?

De olho nos gastos

Quase 90% de toda a energia do Brasil é gerada pela força das águas, ou seja, o parque energético brasileiro está associado a vazão do rio e quantidade de chuvas. Assim, água e energia elétrica estão intrinsecamente relacionadas.  

Economizar energia elétrica também significa poupar os recursos hídricos. Aparelhos eletrônicos e lâmpadas ligadas sem necessidade também indicam desperdício de água.

O chuveiro elétrico é o maior vilão das contas de energia e também o responsável pelo maior consumo de água em uma casa. Aposte em chuveiros que permitam controlar a temperatura e a vazão.

Um outro ponto importante e que tem entrado bastante em discussão nos últimos tempos são as lâmpadas de LED. São versões mais ecológicas e econômicas que já estão dominando o mercado. Elas consomem menos energia e possuem maior durabilidade que as lâmpadas comuns.

O Ministério do Meio Ambiente também indica que ao comprar eletrodomésticos, os consumidores verifiquem a etiqueta PROCEL. Nela, é possível saber o consumo energético dos aparelhos e  consequentemente, a eficiência dos aparelhos. E então, pronto para economizar?

Evitando o desperdício na indústria

A economia de água nas indústrias depende muito do tipo de processo existente. Cabe a cada empresa estudar sua produção e buscar as melhores práticas para redução do desperdício.

Por exemplo, a Nestlé, em 2015, readequou o processamento do leite e passou a economizar 185 milhões de litros de água por ano em suas fábricas no estado de São Paulo. De acordo com a empresa, o leite cru é constituído de aproximadamente 80% de água. Assim, grande parte da água é condensada e é reutilizada em diversos processos dentro da própria fábrica.

Um fator importante na maioria dos processos industriais é a qualidade em que a água sai da empresa. Uma água contaminada jogada nos rios prejudica o meio ambiente e impede que aquele corpo hídrico seja utilizado para o consumo. Assim, é a responsabilidade socioambiental deve partir da cultura empresarial e deve visar as melhores iniciativas quanto a preservação da quantidade e qualidade da água.

Evitando o desperdício na agricultura

Como já vimos, a agricultura é o setor que mais utiliza água no Brasil. O fato é que as áreas irrigadas produzem cerca de 40% mais produtos agrícolas do que as áreas não irrigadas. Assim, o mais correto é buscar métodos eficientes e que diminuam o consumo de água.  

Há um artigo aqui no blog que trata sobre o uso da água na agricultura e discute algumas práticas da atividade. Assim como em casa, no campo também é necessário verificar periodicamente se há vazamentos nos tubos condutores de água e consertar imediatamente em casos de existência.

Além disso, atualmente, há novos sistemas de irrigação no mercado que são mais eficientes e requerem menores quantidades de água para determinada área. Outro ponto também, é conhecer a necessidade da cultura e os volumes perdidos por evapotranspiração.

Uso da água na agricultura

A responsabilidade pela conservação da água é de todos. Cabe a população, ao governo e as empresas fazerem sua parte. Pequenas ações individuais equivalem a grandes ações no coletivo.

As campanhas são ótimas maneiras de incentivar uma comunidade. Elas podem ser feitas de diversas maneiras, desde modo presencial como campanhas, palestras e apresentações, até a sensibilização por meio da internet.

O nível de perdas no Brasil está em torno de 40%, um número elevado quando comparado a países desenvolvidos. Diversas ações estão sendo realizadas por parte das prestadoras dos serviços básicos. E é possível reduzir esse número se cada um fizer o seu dever de casa. E o mais importante, buscar a preservação dos recursos hídricos em quantidade e qualidade às futuras gerações, assim como estabelecido na Lei das Águas brasileiras.

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